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Artigo: Quando só a multa não resolve


Historicamente, o recrudescimento das multas e das punições a motoristas infratores mostra que os resultados, embora positivos, sempre ficaram abaixo do esperado pela rigidez da legislação na esfera administrativa, mas nem tanto na esfera penal, o que leva a uma reflexão sobre o que acontece no trânsito e as consequências dessa dicotomia.


Assim sendo, fica evidente que o carro não mata, quem mata é o homem, e a ele deve ser dedicada toda a atenção na busca de soluções que reduzam o drama vivenciado no trânsito.


A educação e a consciência são as molas motrizes de uma visão necessária para se entender o que acontece e buscar alternativas para mudar esse cenário.

Numa experiência exitosa anos atrás, a EPTC usou uma placa sugestiva na descida do Viaduto São Jorge, em Porto Alegre, que dizia que na ausência de radar o limite de velocidade era a consciência. Quase 100% dos motoristas viam a placa e naturalmente reduziam a velocidade, porque a consciência os fazia tirar o pé do acelerador.


É disso que precisamos. Trazer a consciência para a frente do acelerador e fazer com que em breves segundos o motorista reflita sobre a sua postura ao volante. A educação vem nessa esteira e fará com que essa consciência desperta faça parte de um coletivo para salvar vidas.


Quando surgiu a obrigatoriedade do cinto de segurança, muitos se sentiam “amarrados”, alegando dificuldades em caso de saída rápida do carro. Com o tempo e considerando tal dificuldade subjetiva e circunstancial, o equipamento se mostrou eficaz e vem salvando vidas.


Hoje, qualquer adulto ou criança entra no carro e coloca o cinto de forma quase instantânea, mostrando que foi educado e conscientizado para isso. O desaparecimento quase completo das multas por essa infração é a prova definitiva desse fato.

A Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, lançada na Assembleia Legislativa, vem para se associar à luta pela educação e pela conscientização de motoristas e pedestres no respeito à lei e, principalmente, no respeito à vida.


E se for salva apenas uma vida, a luta já nos dará a satisfação do dever cumprido.


Gustavo Victorino – Deputado Estadual RS


Artigo publicado no Jornal Zero Hora | 16/06/2023

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