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O gesto que salva vidas

Milhares de pessoas que esperam nas filas de transplantes dependem, de forma inevitável, da vontade de familiares.

Foto: Divulgação
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A doação de órgãos no Brasil sempre teve um caráter de instabilidade e a informação parece ser o balizador dessa oscilação.


Milhares de pessoas que esperam nas filas de transplantes dependem, de forma inevitável, da vontade de familiares que estatisticamente se tornaram os maiores obstáculos ao gesto de salvar vidas.

As campanhas de informação, tão necessárias para enfrentar essa distorção, não apresentam solução de continuidade e acabam se tornando até inócuas.


A Central de Transplantes do RS tem mais de 2,7 mil pessoas esperando por um gesto que pode salvar as suas vidas.


Na fila estão pessoas aguardando coração (16), córnea (1.202), fígado (169), pulmão (62) e rim (1.307) e dependendo de um mecanismo que no Brasil é burocrático e paquidérmico.


Dúvidas como deformação do corpo, má-fé no laudo cadavérico, ato criminoso que precipite o falecimento são apenas algumas lendas que habitam o imaginário de familiares que insistem em recusar a doação, mesmo com o consentimento em vida do falecido, negando assim uma nova oportunidade a quem espera desesperadamente na fila de transplantes.


O RS já foi o primeiro Estado em doação, hoje fica em oitavo lugar, e o motivo principal é essa negativa familiar que tem como causa provável o desconhecimento e a desinformação, além da pandemia que provocou uma queda significativa de doação de órgãos nos últimos três anos.


Considerando esse cenário, é fundamental a retomada da campanha por doação de órgãos, esclarecendo a população sobre esse ato tão nobre e generoso. Uma pessoa pode salvar outras oito pessoas com a doação de órgãos.


Pelas limitações pós-transplantes, protocolei na Assembleia Legislativa um projeto que equipara os transplantados a pessoas com deficiência para todos os fins sociais, em face das severas restrições para prosseguirem suas atividades dentro da normalidade possível.


É sabido que essas pessoas que ganharam uma nova chance de continuar vivendo dependerão de medicação e acompanhamento médico por toda a vida.

Dessa forma, a sociedade clama: seja um doador de órgãos e manifeste isso a sua família!


Seu legado e seu corpo permanecerão eternamente na memória de alguém que foi salvo pelo seu gesto.


Gustavo Victorino, Deputado Estadual.

Artigo publicado no jornal Zero Hora, 07/09/2023.

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