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Quem tem medo do Cosud?

Por mais que se fundamente que a criação do Cosud, o Consórcio de Integração Sul e Sudeste, nada tem de separatista, o pensamento enviesado insiste em usar esse argumento rasteiro para empreender uma luta constrangedora contra a proposta que tem por objetivo rediscutir o pacto federativo que hoje serve, apenas, a projetos político-ideológicos e se perdeu ao longo do tempo pelo oportunismo e ganância de regiões e políticos beneficiados com essa distorção. 


As campanhas ideologizadas contra essa união encontraram eco até nas regiões que seriam beneficiadas por um necessário e urgente revisionismo econômico que distorceu a economia brasileira a ponto de estados receberem menos de um terço do que arrecadam em investimentos federais, enquanto outros chegam a receber até seis vezes o que arrecadam em benesses diretas da União.


O pacto federativo brasileiro e sua distorção oportunista criou a verdadeira servidão moderna que tenta apenas a se aprofundar, afinal quem abriria mão de tal privilégio tendo um sistema eleitoral que lhe concede viver às custas do trabalho alheio. 


Não estamos falando de socialismo, mas de um privilégio perpetuado ao longo do tempo sem que bilhões em recursos direcionados mudassem o panorama, ao contrário, agravaram ainda mais o cenário pela visão oportunista de quem dela se beneficia e jamais aceitaria uma mudança. 


O norte nordeste brasileiro tem menos de 20% do PIB nacional e arrecada 18% das receitas federais. Essa mesma região tem quase 50% de deputados na Câmara Federal e dois terços do Senado. 


A fragmentação geopolítica brasileira entregou a essa região o poder de estabelecer unilateralmente a distribuição de investimentos que, ironicamente ao longo de décadas, nunca trouxeram desenvolvimento ou melhores condições ao povo nortista e nordestino.


E fica a pergunta... a quem interessa essa carência e dependência do poder central?  


A tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul tornou esse cenário ainda mais assustador ao se descobrir que os gaúchos têm dezenas de bilhões de reais retirados anualmente de sua economia e direcionados sabe-se lá para onde, afinal, tudo vai para o caixa único de um governo federal notadamente esbanjador. 


Ao virar as costas para o sul do país, o tal pacto federativo mostrou sua face mais cruel e injusta que, mesmo soltando amarras da ideologia, se vê diante de um questionamento que funciona como combustível para uma rediscussão do direcionamento de verbas astronômicas às regiões que nunca responderam com desenvolvimento humano e progresso. 


Não adianta procurar mais culpados, ele existe e tem apenas um nome ... o sistema. 


Com bom humor podemos concluir que o peru jamais votaria no natal. 


E é ele, o sistema, quem teme o Cosud.

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